No momento em que o resultado do Processo Seletivo Unificado 2020 do Instituto Federal do Pará (IFPA) foi divulgado, a alegria sentida por Izaac Carvalho Sena, 15 anos, e por sua família foi dobrada. Além da aprovação no processo seletivo que ofertou 4.570 vagas para cursos técnicos de nível médio, o estudante conquistou a primeira colocação, em sua modalidade específica de concorrência (L8), no curso integrado (que aborda o nível médio e técnico juntos) em desenvolvimento de sistemas.
Interessado em tudo que se refira à tecnologia, Izaac conta sobre o curso que se prepara para iniciar após o período de férias. “Desenvolvimento de sistemas. Eu gosto de computador”, conta, ao revelar como se sentiu ao receber a notícia da aprovação. “Feliz…”.
Para que o bom desempenho fosse alcançado no concorrido processo seletivo, Izaac, que é autista, assistia às aulas com o auxílio de seu acompanhante, que também o ajudava a revisar a matéria em casa três vezes na semana. “A prova dele foi rápida”, lembra a mãe, a microempresária Adriana Rodrigues, 48. “Durante a prova ele teve o suporte do próprio processo seletivo do IFPA e, ao final, chegou em casa dizendo que tinha achado fácil”.
A facilidade que Izaac tem em assimilar novas informações e disciplinas foi percebida pelos pais desde os primeiros anos de vida do jovem, que é filho único. Pai do estudante, o microempresário Izaac Oliveira Sena, 57, conta que antes mesmo de ir à escola pela primeira vez, o menino já conseguia ler algumas palavras.
DEDICAÇÃO
“Quando ele tinha três anos de idade, eu falei para ele uma única vez sobre o alfabeto, mostrei as letras em uma cartilha”, lembra o pai. “De repente a gente percebeu que ele já estava falando algumas palavras que não eram de uso comum próximo dele. Ele sempre gostou muito de listas telefônicas e a gente percebeu que ele já lia algumas palavras”.
Ao longo da vida estudantil Izaac sempre apresentou boas notas, principalmente em língua inglesa. “Quando ele começou a fazer os trabalhos da escola, percebemos que o que ele tinha dificuldade era com a escrita”, lembra o pai. “Mas na escola dele trabalharam muito a coordenação motora e a caligrafia dele melhorou muito”.
Orgulhoso de cada novo passo conquistado pelo filho, Izaac conta que, diante da dedicação mantida pelo jovem, já esperava a aprovação no processo seletivo. “Nós pensamos muito antes de inscrever ele no IFPA porque ficávamos preocupado com ele em um colégio grande, como ele iria ficar”, lembra Izaac. “Mas conversamos com amigos que hoje ocupam funções de destaque e que falaram que estudaram lá na juventude e que tiveram uma boa preparação e isso nos deu mais confiança porque queremos sempre o melhor para o Izaac.
Fonte: GOV.BR – Cintia Magno