Contratação da safra 2019/2020 foi 11% a mais que a anterior
A safra 2020/2021 começou e os produtores já podem acessar os recursos para financiamento nos bancos que operam com crédito rural e nas cooperativas de crédito. São R$ 236,3 bilhões disponíveis, valor 6,1% maior que o da safra anterior e o maior da história.
O desembolso do crédito rural para safra de 2019/2020, que encerrou em junho, foi de R$ 191,8 bilhões. Foram 11% por cento a mais que no período anterior. De acordo com o Ministério da Agricultura, somados aos recursos da fonte Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) referentes às aquisições de Cédulas de Produto Rural (CPRs) e às operações com agroindústrias, o valor chegou a R$ 225 bilhões.
Um dos beneficiados foi o produtor rural André Figueiredo Dobashi que planta soja, milho, sorgo e aveia há 15 anos na cidade de Antônio João, no Mato Grosso do Sul. Ele tomou recursos de custeio do Plano Safra 2019/2020 para comprar insumos à vista, conseguindo preços mais baixos.
“Foi muito importante esse recurso não só para a soja, mas também para o milho. A gente faz a aquisição dos insumos no preço à vista conseguindo 15%, até 18% do preço a prazo. Consegue um desconto, então, fica muito mais interessante do que pagar o preço a prazo. A gente consegue, assim, um desconto muito maior do que o juro que a gente paga no recurso controlado”, contou.
André Figueiredo também adquiriu um trator para ajudar no plantio, por meio do Moderfrota. Ele disse que, além das taxas de juros atrativos, o prazo de carência permite que produtor comece a pagar o equipamento depois que ele já está rendendo dividendos. “Isso é extremamente importante para gente porque você tem um tempo para começar a produzir e, então, começar a pagar. Isso é extremamente interessante para quem depende da produção para pagar suas obrigações”, explicou.
Aplicação dos recursos do Plano Safra 2019/2020
Nos 12 meses, que são contados de julho a junho, o crédito rural foi utilizado da seguinte forma: R$ 107,48 bilhões para custeio; R$ 50,36 bilhões em investimentos; e 10,9 bilhões para industrialização. Já os financiamentos para comercialização ficaram em R$ 23 bilhões.
A maior parte dos recursos teve como destino a atividade agrícola. Foram R$ 126 bilhões. Já a pecuária ficou com R$ 65 bilhões. Nos financiamentos por produto, os bovinos ocuparam a primeira posição, seguidos da soja, do milho e do café.
Entre as regiões, a distribuição dos financiamentos foi maior no Sul, com 34%. Em seguida aparece o Centro-Oeste, que concentrou 26% dos empréstimos.
Os financiamentos de custeio e de investimento tiveram participação do Programa de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Recursos para a safra atual
A safra 2020/2021 conta com R$ 236,3 bilhões disponíveis. Do total programado, R$ 179,38 bilhões serão destinados para custeio, comercialização e industrialização e R$ 56,92 bilhões para investimentos. Para o seguro rural de 2021 o governo disponibilizou R$ 1,3 bilhão.
Os pequenos produtores rurais terão R$ 33 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 2,75% e 4% ao ano, para custeio e comercialização. Para os médios produtores rurais, serão destinados R$ 33,1 bilhões, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), com taxas de juros de 5% ao ano (custeio e comercialização).
Nos financiamentos para grandes produtores, a taxa anual de juros será de 6% para custeio e de 7% para investimento
Os recursos podem ser contratados até 30 de junho de 2021 e vão garantir a continuidade da produção no campo e o abastecimento de alimentos no país durante e após a pandemia do novo coronavírus.
Com informações do Ministério da Agricultura